
Quantas vezes você já pensou em desistir da escrita? Talvez tenha se sentido desmotivado, duvidado de sua capacidade ou acreditado que ninguém se importaria com o que você tem a dizer. O caminho do escritor é solitário e repleto de desafios, mas a verdade é que cada palavra que você escreve carrega o peso da existência, da memória e do impacto que sua voz pode gerar.
Escrever é mais do que um ofício ou uma paixão — é um ato de resistência. Resistir às dúvidas, ao esquecimento e a um mundo que, muitas vezes, não reconhece a arte como uma força transformadora. Persistir na escrita é desafiar as incertezas, superar a rejeição e, acima de tudo, manter viva a voz que clama por ser ouvida.
Neste texto, vamos explorar por que escrever é, de fato, uma forma de resistência e por que você nunca deveria abandonar esse caminho, mesmo nos momentos mais difíceis.
1. Escrever é resistir ao silêncio
Vivemos em um mundo saturado de vozes, onde as histórias se misturam e muitas vezes se perdem. Em meio à avalanche de informações rápidas e conteúdos efêmeros, a escrita se torna um registro duradouro do que sentimos e vivemos.
Muitos escritores pensam em desistir porque acreditam que suas palavras são ignoradas ou que suas histórias não têm impacto. Mas cada palavra que você escreve é uma tentativa de existir, de marcar presença no tempo. Escrever é como plantar uma semente em um solo desconhecido — pode levar tempo até que algo floresça, mas a esperança nunca deve ser enterrada.
Há muitas histórias inspiradoras que mostram como a resistência pode levar ao reconhecimento, mesmo que demore. Franz Kafka, por exemplo, nunca experimentou a fama em vida, mas hoje suas obras são estudadas em todo o mundo. Emily Dickinson escreveu mais de 1.800 poemas, mas poucos foram publicados enquanto ela estava viva. No entanto, a persistência de ambos atravessou o tempo e deixou marcas indestrutíveis.
2. Escrever é resistir ao medo da imperfeição
O medo da imperfeição é uma sombra constante na vida de muitos escritores. “E se meu texto não for bom o suficiente?” A dúvida pode ser paralisante, mas a verdade é que não existe perfeição na escrita, apenas o constante processo de aprimoramento.
A resistência aqui está em aceitar que o primeiro rascunho nunca será perfeito — e isso está bem. Escrever é uma jornada de autodescoberta, onde os erros e as falhas fazem parte do crescimento. Os grandes escritores não nasceram prontos; eles se tornaram melhores a cada linha escrita.
Dica prática: Abrace a imperfeição. Permita-se escrever rascunhos ruins, reescrever, experimentar. O importante é continuar, mesmo quando a dúvida tenta calar a sua voz.
3. Escrever é resistir à falta de tempo e energia
A vida moderna impõe desafios constantes: trabalho, estudos, responsabilidades familiares. Como encontrar tempo para escrever em meio a tantas obrigações? A resistência aqui está em criar pequenos hábitos que mantêm a escrita viva, mesmo nos dias mais corridos.
Você pode começar escrevendo apenas 10 minutos por dia. Ter um caderno à mão para registrar ideias no meio do caos da rotina, ou anotar pensamentos soltos e depois desenvolvê-los, pode ser o suficiente para manter a chama da escrita acesa. Lembre-se de que, mesmo pequenos passos, se dados com constância, levam a grandes conquistas.
4. Escrever é resistir ao mercado e às expectativas externas
Muitos desistem de escrever porque não conseguem ver um retorno financeiro imediato. A verdade, porém, é que a escrita tem um valor que vai muito além do monetário. Ela é capaz de transformar, impactar e registrar a história da humanidade de maneiras que o dinheiro jamais seria capaz de medir.
Escritores como J.K. Rowling, Stephen King e George Orwell enfrentaram rejeições e dificuldades antes de encontrar seu caminho. Cada um deles teve que resistir às pressões externas, à falta de apoio e ao medo do fracasso. A verdadeira pergunta é: você escreve para ser famoso ou porque não consegue imaginar sua vida sem contar histórias?
5. Escrever é resistir ao próprio desânimo
Existem dias em que tudo parece difícil. O bloqueio criativo, a autocrítica exagerada, a frustração e a sensação de que nada do que você escreve é bom o suficiente. Mas toda história de sucesso é repleta de momentos de incerteza.
Agatha Christie teve sua primeira obra rejeitada por seis editoras antes de se tornar a “Rainha do Crime”. Sylvia Plath, que enfrentou enormes desafios pessoais, continua impactando gerações com suas palavras. O sucesso nunca é uma linha reta — é uma caminhada cheia de altos e baixos, onde o mais importante é seguir escrevendo, mesmo quando a dúvida e o medo tentam calar a sua voz.
Escrever não é apenas um hobby ou um trabalho — é um ato de coragem. Cada palavra que você escreve é uma prova de que você não desistiu, que sua voz continua viva, que seu olhar sobre o mundo tem importância. Quando você escolhe escrever, está resistindo a tudo o que tenta silenciar você — à dúvida, ao medo, à pressa do mundo e às expectativas externas.
Se você já pensou em abandonar a escrita, lembre-se: o mundo precisa das suas histórias. Alguém, em algum lugar, pode encontrar esperança, conforto ou reflexão nas palavras que você compartilha.
Agora eu te pergunto: o que te faz continuar escrevendo, mesmo nos dias difíceis? Compartilhe sua experiência!

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Quando era nova, sem tempo e muitas obrigações profissionais e familiares. Hoje, idosa, insegurança. Mas a escrita sempre companheira, ainda que, devagar, espaçada, escondida, quase uma irmã me provocando: e aí? Vai escrever não? Boba! Vamos lá, você gosta disso! Ela padece de mal súbito e revigora, sem mais nem menos. Maluca, essa coisa de escrever!
O que me faz continuar escrevendo, mesmo nos dias difíceis, é misto de teimosia/persistência (e uma insanidade mental aguda). A teimosia é normalmente associada aos defeitos humanos. E a persistência é, por sua vez, associada às virtudes. No meu entendimento, as duas são as faces de uma mesma moeda. Se eu sou teimoso ou persistente, não cabe a mim dizer (depende do ponto de vista de quem me observa). Quanto à questão da insanidade, eu mesmo acho que sou um alienado, e, neste caso, eu vivo com minha loucura do jeito que quiser. E quem se preocupar com isso, é porque não tem o que fazer. Beijos e abraços a todos. :-))